Revoluções do Período Regencial: Guerra dos Farrapos

É essencial lembramos que durante o período regencial existe uma movimentação muito grande no poder de pessoas diferentes e com ideologias diferentes já que o Brasil foi governado por diversas regências devido à menoridade de Pedro II. Nesse período ocorrem várias crises econômicas a qualidade de vida da população ficou muito instável a exploração de quem possui mais renda, o resultado é a eclosão de diversas revoltas tanto de escravos quanto de grandes proprietários de terra que é o caso da Guerra dos Farrapos.

• O que foi a Guerra dos Farrapos?

Também conhecida como Farroupilha, foi umas das guerras mais demoradas do continente americano com duração de 10 anos que ocorreu na província de São Pedro do Rio Grande do Sul durante o período regencial, entre 1835 a 1845.

A Guerra dos Farrapos foi um conflito regional que tinha como objetivo renovar o sistema federalista substituindo a monarquia por um regime republicano e separar a província do resto do Brasil. Os proprietários de terra almejavam mais liberdade administrativa para a sua província.

É importantíssimo entender que a Guerra dos Farrapos apesar do nome não foi feitas por camponeses ou escravos e sim por grandes proprietários de terra (estancieiros) que lutavam por seu interesse específico e não existia uma proposta de acabar com a escravidão ou melhorar a vida dos camponeses. Eles queriam garantir o lucro das grandes fazendas pecuárias e exercer o poder político do Rio Grande do Sul com mais autonomia.

• Economia Sulista

A economia do Rio Grande do Sul era Baseada na criação de gado e na produção do charque (carne seca) que era vendido para diversas províncias do Brasil e era utilizado na alimentação dos escravos. Uma das causas para o descontentamento de estancieiros eram os altos impostos cobrados no comércio de couro e charque. Os fazendeiros gaúchos reclamavam ao governo imperial sobre os impostos cobrados a concorrência Uruguai e Argentina, países onde também se produzia charque e que pagavam menos impostos do que o próprio Rio Grande do Sul. Os farroupilhas eram contrários à entrada (concorrência) do charque e couro de outros países no Brasil, com preços baratos, que dificultada o comércio destes produtos por parte dos comerciantes sulistas.

• O movimento

No início do movimento em 1835 são feitas reuniões pelos proprietários de terra do sul para tentar lutar pela sua autonomia se destacando Bento Gonçalves que comandou as tropas farroupilhas.

As farrapilhas se rebelaram e armados dominaram Porto Alegre reprimindo as forças imperiais e as obrigando a sair da região, podemos considerar esse evento como o estopim da guerra. O governo imperial tentou conter os revoltosos com a prisão de Bento Gonçalves, mas essa ação não os conteve e obtiveram algumas vitórias ao comando de Antônio Neto.

Apenas um ano após o estouro da Guerra, as tropas farroupilhas obtiveram diversas vitórias diante das tropas imperiais e em 11 de setembro de mesmo ano é proclamada, pelos revoltosos, a República Rio-Grandense. Mesmo na prisão, os farroupilhas declaram Bento Gonçalves presidente, que assume o cargo no ano de 1837 após fugir da prisão. Também é conquistada e proclamada a República Juliana terra onde hoje é o atual estado de Santa Catarina.

Em meados de 1842, o governo imperial decidiu nomear Luiz Alves de Lima e Silva, mais conhecido como Duque de Caxias, como o responsável pela resolução do conflito entre império e república. Poucos anos depois, em 1845, após diversos ataques militares severos, os farroupilhas, já enfraquecidos e desgastados, firmaram um acordo com o Duque de Caxias em março de 1845, o tratado do Ponche Verde garantiu os interesses dos revolucionários gaúchos e a hegemonia territorial do império. Com o término da Guerra dos Farrapos, a recém-proclamada República Rio-Grandense foi novamente integrada ao Império do Brasil.